Quatro civis morrem em bombardeios israelenses no Líbano
Quatro civis, incluindo dois jornalistas, morreram em ataques israelenses no sul do Líbano, nesta terça-feira (21), informaram a agência oficial libanesa de notícias Ani e o canal Al Mayadeen, para o qual trabalhavam os repórteres.
Os dois jornalistas dessa emissora libanesa pró-Irã e um civil que os acompanhava morreram "em um bombardeio inimigo" no setor fronteiriço de Tair Harfa, segundo a Agência Nacional de Informação (Ani).
Além dessas vítimas, uma mulher de 80 anos faleceu, e sua neta ficou ferida, em um ataque israelense na localidade de Kfar Kila, acrescentou a mesma fonte. A neta de sete anos foi hospitalizada na cidade de Marjayun e está em condição crítica, informou uma fonte médica.
A emissora Al Mayadeen informou as mortes do repórter Farah Omar e do repórter cinematográfico Rabih Maamari "em um ataque israelense".
A equipe do Al Mayadeen foi "deliberadamente atacada, não foi ao acaso", afirmou o presidente do canal, Ghassan Ben Jeddo, acrescentando que o civil morto ao lado dos jornalistas era um "colaborador" da emissora, sem dar mais informações.
Ben Jeddo disse ainda que o incidente aconteceu depois que o governo de Israel decidiu bloquear o site da emissora.
Questionado pela AFP sobre esse bombardeio, o Exército israelense disse estar "examinando os detalhes".
Em um comunicado, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, condenou "firmemente o ataque israelense" contra os jornalistas.
"Essa agressão demonstra, mais uma vez, que os crimes de Israel não conhecem limite algum", completou, acusando Israel de querer "silenciar os meios de comunicação que denunciam seus crimes e agressões".
Em 13 de outubro, o jornalista da agência Reuters Issam Abdallah morreu em um bombardeio similar, no qual outros seis profissionais da imprensa - dois da AFP, dois da Reuters e outros dois do canal Al Jazeera - ficaram feridos.
Um mês depois, um cinegrafista da Al Jazeera também foi ferido por tiros israelenses, quando participava da cobertura dos bombardeios com outros correspondentes no sul do Líbano.
O movimento Hezbollah garantiu que a nova "agressão" contra os jornalistas "não ficará sem resposta".
Desde o início da guerra entre o movimento islamista palestino Hamas e Israel, em 7 de outubro, os confrontos entre o Exército israelense e o movimento libanês pró-Irã Hezbollah são quase diários, embora limitados à zona de fronteira. Nos últimos dias, o Hezbollah intensificou seus ataques contra Israel do sul do Líbano.
Os combates deixaram ao menos 95 mortos no Líbano desde 7 de outubro, a maioria combatentes do Hezbollah, mas também 14 civis, segundo um balanço da AFP. Nove pessoas morreram do lado israelense, incluindo seis militares, segundo as autoridades locais.
R.Michel--JdB