Japão fará contato com rebeldes huthis após captura de navio no Mar Vermelho
O Japão anunciou, nesta segunda-feira (20), que fará contato com os rebeldes huthis do Iêmen, apoiados pelo Irã, que na véspera capturaram no Mar Vermelho um navio com 25 tripulantes, operado por um grupo japonês, e cujo proprietário é israelense.
Dias antes da captura, os huthis ameaçaram atacar embarcações israelenses nestas águas estratégicas, situadas no nordeste da África e na península arábica, em represália ao conflito entre Israel e o movimento islamista Hamas na Faixa de Gaza.
A guerra começou após um ataque sem precedentes do grupo palestino em Israel em 7 de outubro, que deixou cerca de 1.200 mortos, segundo as autoridades israelenses.
O cargueiro capturado no domingo é operado por uma empresa japonesa, o que levou Tóquio a intervir diretamente junto aos rebeldes.
O Japão está em "comunicação com Israel e, além dos contatos diretos com os huthis, pedimos encarecidamente para Arábia Saudita, Omã, Irã e aos demais países envolvidos que instem os huthis para que libertem rapidamente o barco e os membros da tripulação", declarou nesta segunda o ministro japonês das Relações Exteriores, Yoko Kamikawa.
O gabinete do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, informou no domingo que o navio pertence a uma empresa britânica e é operado por um grupo japonês.
Além disso, afirmou que a tripulação é composta por 25 membros de diversas nacionalidades, entre eles ucranianos, búlgaros, filipinos e mexicanos.
A empresa de segurança marítima Ambrey informou que o dono do navio é a companhia Ray Car Carriers, cuja empresa matriz pertence ao empresário israelense Abraham "Rami" Ungar.
O exército de Israel informou que o navio zarpou da Turquia com destino à Índia e que a bordo há "civis de várias nacionalidades, mas não israelenses". "Não é um navio israelense", reforçou.
Desde o início da guerra civil no Iêmen, em 2014, os huthis tomaram o controle de grandes extensões de território.
O porta-voz militar dos huthis, Yahya Saree, afirmou na rede social X (antigo Twitter) que "vão continuar realizando operações militares contra o inimigo israelense até a suspensão da agressão contra Gaza e os crimes abomináveis" contra os palestinos em Gaza e na Cisjordânia ocupada.
O chefe-adjunto do Estado-maior dos huthis, general Ali Al Moshki, reiterou a ameaça nesta segunda na TV Al Masirah: "os navios israelenses são alvos legítimos para nós, estejam onde estiverem".
A.Martin--JdB