Journal De Bruxelles - Parlamento do Quênia aprova envio de força policial ao Haiti

Parlamento do Quênia aprova envio de força policial ao Haiti
Parlamento do Quênia aprova envio de força policial ao Haiti / foto: Tony KARUMBA - AFP/Arquivos

Parlamento do Quênia aprova envio de força policial ao Haiti

O Parlamento do Quênia aprovou nesta quinta-feira (16) o envio de 1.000 policiais ao Haiti para liderar uma missão apoiada pela ONU com o objetivo de restaurar a paz e a segurança no país caribenho, devastado pela violência das gangues.

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O Haiti está dominado pela violência das gangues, que controlam 80% do território da capital Porto Príncipe. O número de crimes graves bateu recorde, segundo a representante da ONU no país.

"O 'Sim' vence", anunciou a vice-presidente do Parlamento do Quênia, Gladys Boos Shollei, após a votação dos deputados.

O envio dos agentes, no entanto, permanece suspenso e aguarda uma decisão do Supremo Tribunal de Nairóbi sobre um recurso apresentado pelo líder opositor Ekuru Aukot: ele alega que a missão é inconstitucional.

Os detalhes da missão no Haiti ainda não foram finalizados, mas o projeto tem o apoio dos Estados Unidos.

O Quênia já participou de várias operações de manutenção da paz, em países como República Democrática do Congo, Somália, Libéria, entre outros.

Mas o governo de Nairóbi é alvo de críticas por sua decisão de enviar policiais ao Haiti, um país considerado instável e perigoso.

Os ativistas dos direitos humanos afirmaram que a polícia queniana tem antecedentes de utilizar força excessiva, às vezes de forma letal, contra os civis e que isto representa um risco considerável no Haiti, onde as tropas estrangeiras já cometeram abusos durante missões de paz.

Ekuru Aukot afirmou na rede social X que esta é uma "missão suicida" para os policiais quenianos

- "Missão para a humanidade" -

O orçamento global para a mobilização de policiais durante um ano chega a 600 milhões de dólares, informou o ministro queniano do Interior, Kithure Kindiki.

Nairóbi pediu que o financiamento da missão seja atribuído aos países membros da ONU.

"Não estamos enviando uma força de ocupação, estamos enviando uma força para apoiar as estruturas que já existem no país a seu pedido", afirmou Kindiki.

O presidente queniano, William Ruto, afirmou que esta é uma "missão para a humanidade" em um país que, segundo ele, foi devastado pelo colonialismo.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou no início de outubro o envio ao Haiti de uma missão multinacional liderada pelo Quênia para ajudar a polícia, sobrecarregada pelas gangues, e prorrogou um embargo de armas.

Segundo a resolução, aprovada por 13 votos a favor e duas abstenções (China e Rússia) após negociações complexas, esta "missão multinacional de apoio à segurança", não pertencente à ONU, será estabelecida por "um período inicial de 12 meses", com uma revisão após nove meses.

A.Martin--JdB