Governo britânico demite ministra do Interior e David Cameron retorna ao Executivo como chanceler
O governo do Reino Unido anunciou nesta segunda-feira (13) várias mudanças no Executivo, incluindo o inesperado retorno à política do ex-primeiro-ministro David Cameron, novo chefe da diplomacia, em substituição a James Cleverly, que assume a pasta do Interior após a demissão de Suella Braverman.
As mudanças foram motivadas pela decisão do primeiro-ministro Rishi Sunak de demitir Braverman, após as críticas da ex-ministra à polícia e de seu envolvimento em diversas polêmicas.
A reforma ministerial tem o objetivo de dar impulso ao Partido Conservador antes das eleições legislativas de 2024, segundo a imprensa britânica, no momento em que as pesquisas apontam uma grande vantagem dos trabalhistas nas intenções de voto.
"Hoje, @RishiSunak está fortalecendo sua equipe de governo para implementar decisões a longo prazo para um futuro melhor", afirmou o Partido Conservador na rede social X.
David Cameron deixou o poder em 2016, após a vitória do Brexit no referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia - ele era favorável à permanência do país no bloco e, após o resultado eleitoral, não teve escolha a não ser renunciar.
O então primeiro-ministro perdeu a aposta ao convocar o referendo de alto risco sobre uma questão que dividia o Partido Conservador há muito tempo.
Para entrar no governo, sem ter o cargo de deputado, David Cameron foi nomeado para a Câmara Alta do Parlamento britânico, a Câmara dos Lordes, segundo Downing Street.
A situação de Suella Braverman entrou em um ponto crítico no final de semana: vários políticos pediram sua demissão depois que a ministra criticou, em um artigo publicado no jornal The Times, a polícia de Londres por autorizar uma manifestação pró-Palestina que aconteceu no sábado.
O texto não foi autorizado por Downing Street, contrariando as normas do governo, e incluía comentários de Braverman que minavam a independência operacional da polícia.
Com as eleições legislativas no horizonte, que devem acontecer no máximo até janeiro de 2025, e com os trabalhistas com ampla vantagem nas pesquisas, uma reforma ministerial era aguardada há várias semanas, com a esperança de mudar as intenções de voto.
E.Goossens--JdB