Venezuela vai construir universidade no lugar de sexta prisão alvo de intervenção
Uma universidade será construída onde atualmente existe uma prisão, a sexta a sofrer intervenção em um mês e meio pelas autoridades da Venezuela em um plano contra as "máfias carcerárias", anunciou, nesta quarta-feira (8), o ministro do Interior e Justiça, Remigio Ceballos.
"O Internado Judicial de Trujillo (oeste) está sob controle total", afirmou o almirante Ceballos em declarações transmitidas pelo canal governamental VTV.
Ceballos destacou que o presidente Nicolás Maduro aprovou a proposta feita pelo governador de Trujillo (oeste) "para transformar este espaço na Universidade Nacional Experimental de Segurança”. “É um grande benefício para a paz", acrescentou.
"Será construída uma prisão em outro local", explicou o ministro.
Os detentos serão transferidos para outros centros penitenciários, da mesma forma como ocorreu nas demais prisões que passaram por intervenções.
A prisão de Tocorón, no estado de Aragua (centro-norte), foi a primeira a ser tomada pelas forças de segurança em 20 de setembro. A partir do local, onde havia até um zoológico com mais de 200 animais, operava o Tren de Aragua, uma organização criminosa cujos tentáculos se expandiram para vários países da região.
Seguiram-se Tocuyito (Carabobo, centro-norte), a prisão com maior população carcerária do país; Puente Ayala, em Anzoátegui (leste); La Pica, em Monagas (leste) e o Centro Penitenciário Vista Hermosa, no estado minerador de Bolívar (sul).
A população dessas seis prisões ultrapassava os 8.000 presos, segundo cifras oficiais: 1.600 estavam em Tocorón, 2.000 em Tocuyito, 1.511 em Puente Ayala, 1.496 em La Pica e 503 no Internado Judicial de Trujillo.
Maduro pediu a aplicação de um "regime rigoroso" nessas prisões. "Mão de ferro, disciplina máxima e um sistema penitenciário livre de gangues".
Nessas prisões foram encontrados arsenais de guerra, incluindo explosivos, granadas, armas de grande porte e lançadores de granadas, além de celulares usados pelos presos para cometer crimes como estelionato e extorsão.
Por anos, as prisões do país têm funcionado como "centros de extorsão", um crime amplamente difundido no país, que consiste em ameaças de morte por meio de telefonemas exigindo grandes quantias de dinheiro das vítimas.
Após as intervenções, Ceballos afirmou que na Venezuela há 80 prisões "sob controle do sistema penitenciário". Resta uma sétima a ser tomada.
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Y.Simon--JdB