Cada dia é 'uma eternidade', dizem famílias de reféns do Hamas no Congresso dos EUA
As famílias dos israelenses sequestrados por membros do movimento islâmico palestino Hamas afirmaram nesta terça-feira (7) no Congresso dos Estados Unidos que os dias parecem uma "eternidade", aguardando notícias de seus entes queridos.
O novo presidente republicano da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, participou de uma coletiva de imprensa com as famílias dos reféns nesta terça-feira, um mês depois que combatentes do Hamas perpetraram um brutal ataque contra Israel, resultando em mais de 1.400 mortos, a maioria civis, e no sequestro de 240 pessoas.
"Cada dia é como uma eternidade para mim e não posso esperar mais", disse aos jornalistas Doris Liber, cujo filho Guy Iluz, de 26 anos, foi baleado e sequestrado durante um festival de música.
Yonatan Lulu Shamriz morava no kibutz (fazenda coletiva) Kfar Aza, na fronteira com Gaza, onde seu irmão Alon foi sequestrado.
"Quero agradecer a todos que estão aqui por nos receber, ao governo dos Estados Unidos que nos ajuda, mas não é suficiente", afirmou. "Este é um apelo à ação... é um chamado de atenção para todos vocês aqui, para toda a América, toda a Europa", acrescentou.
O ataque mais letal desde a criação de Israel em 1948 desencadeou uma campanha de bombardeios contra o território palestino, governado pelo Hamas desde 2007.
O grupo islâmico informou na segunda-feira que os bombardeios já causaram mais de 10.000 mortos na Faixa de Gaza, incluindo mais de 4.000 crianças.
Durante a sessão na Câmara dos Representantes, o republicano Steve Scalise estimou que "não é o momento de falar sobre cessar-fogo, sobre pausas. O Hamas renunciou a isso no sétimo dia".
O democrata Brad Sherman concordou em outra coletiva de imprensa que não pode haver um cessar-fogo "até que esses reféns sejam libertados".
Tanto os democratas quanto os republicanos no Congresso desejam aprovar mais ajuda militar para Israel, um importante parceiro dos Estados Unidos.
Na semana passada, a câmara baixa liderada pelos republicanos aprovou um pacote de ajuda a Israel de US$ 14 bilhões (R$ 68 bilhões), mas ignorou o pedido do presidente democrata Joe Biden de incluir também mais dinheiro para a Ucrânia e outras prioridades.
O líder do Senado, controlado pelos democratas, recusou-se a aceitar o projeto de lei, e Biden também ameaçou vetá-lo.
X.Lefebvre--JdB