Journal De Bruxelles - Trump pede afastamento de juíza de processo por eleições de 2020

Trump pede afastamento de juíza de processo por eleições de 2020
Trump pede afastamento de juíza de processo por eleições de 2020 / foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS - AFP/Arquivos

Trump pede afastamento de juíza de processo por eleições de 2020

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu nesta segunda-feira (11) a suspeição da juíza responsável pelo caso no qual ele é acusado de conspirar para anular as eleições de 2020.

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A magistrada Tanya Chutkan deveria se afastar do processo por causa de declarações que fez no passado sobre o ex-presidente e que demonstram sua parcialidade, alegaram os advogados de Trump no pedido.

"Em relação a outros casos, a juíza sugeriu que o presidente Trump deveria ser processado e preso", disseram. "Tais declarações, feitas antes da abertura deste caso e sem o devido processo, são inerentemente desabonadoras."

"Embora possa ter a genuína intenção de dar ao presidente Trump um julgamento justo [...], suas declarações públicas inevitavelmente mancham estes procedimentos, independentemente do resultado", acrescentaram.

Juristas consideraram improvável que o pedido de suspeição prospere, pois caberia à própria Chutkan aceitar voluntariamente o seu afastamento do caso.

No mês passado, Chutkan marcou para 4 de março de 2024 o início do julgamento de Trump por conspiração para reverter os resultados das eleições presidenciais de 2020, nas quais ele foi derrotado pelo democrata Joe Biden.

Favorito para conseguir a indicação presidencial republicana em 2024, Trump declarou-se inocente das acusações.

Em seu pedido de suspeição da magistrada, os advogados de Trump citaram os comentários proferidos por ela em sentenças contra partidários do ex-presidente acusados de invadir o Capitólio em janeiro de 2021.

Na decisão de outubro de 2022 contra uma mulher por sua participação no ataque, Chutkan descreveu a ação no Capitólio como "uma tentativa violenta de derrubar o governo".

Em uma aparente alusão a Trump, a juíza acrescentou que a ré estava inspirada pela "lealdade cega a uma pessoa que, certamente, continua livre nos dias atuais".

"Seus comentários sugerem que ela chegou à conclusão, antes deste caso, de que o presidente Trump é mais merecedor de uma pena de prisão do que o acusado que estava sentenciando", disseram os advogados do ex-mandatário.

"A juíza Chutkan deveria aceitar sua suspeição neste caso e ordenar que outro juiz seja designado aleatoriamente", acrescentaram.

- 'Presidentes não são reis' -

Trump classificou a magistrada como "altamente partidária" e também de "preconceituosa e injusta".

Com 61 anos, a juíza foi nomeada pelo ex-presidente democrata Barack Obama e ditou fortes condenações contra os invasores do Capitólio em Washington.

Além disso, tem antecedentes de litígios com Trump. Em novembro de 2021, decidiu contra o magnata e declarou que os "presidentes não são reis".

K.Laurent--JdB