Journal De Bruxelles - Lula confirma deputados do Centrão como ministros para garantir apoio parlamentar

Lula confirma deputados do Centrão como ministros para garantir apoio parlamentar
Lula confirma deputados do Centrão como ministros para garantir apoio parlamentar / foto: EVARISTO SA - AFP

Lula confirma deputados do Centrão como ministros para garantir apoio parlamentar

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta quarta-feira (6), uma reforma ministerial que marca a entrada no governo de dois partidos do Centrão e antigos aliados de Jair Bolsonaro, com o objetivo de fazer avançar sua agenda no Congresso.

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O governo petista entregou a liderança de dois ministérios aos deputados do Partido Progressista (PP) e Republicanos, que integraram com cargos-chave no governo de Bolsonaro (2019-2022).

Silvio Costa Filho, do Republicanos, foi nomeado ministro de Portos e Aeroportos, e André Fufuca, líder do PP na Câmara dos Deputados, assumiu o Ministério do Esporte, detalhou o Planalto em comunicado.

Lula também aumentou o número de ministérios, de 37 para 38, com a criação do Ministério da Pequena e Média Empresa, entregue a Márcio França, até então ministro de Portos e Aeroportos.

Os novos ministros assumirão "quando o presidente Lula voltar da reunião do G20" em Nova Délhi, informou o Palácio do Planalto em comunicado.

O movimento consolida a entrada na estrutura federal do Centrão, um conjunto de partidos de centro-direita que se caracterizam por apoiar o governo no Congresso - independentemente do partido político - em troca de cargos e recursos parlamentares.

Lula, que assumiu seu terceiro mandato como presidente em janeiro, busca apoio para aprovar projetos como o orçamento de 2024 e uma reforma tributária.

A configuração atual da Câmara dos Deputados, onde o governo tem cerca de 130 dos 513 votos, resultou em algumas derrotas significativas no primeiro semestre, como a retirada de algumas atribuições dos ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas.

Além do Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula, o governo conta com o apoio de outros seis partidos na Câmara dos Deputados, e agora o PP e o Republicanos se juntarão a eles, somando 49 e 41 representantes, respectivamente.

"Assim não podíamos seguir, precisamos fazer andar a pauta", disse um assessor do Palácio do Planalto à AFP.

A partir de agora, o governo espera ter a "maioria" dos votos para seus projetos legislativos, embora formalmente o PP e o Republicanos mantenham um discurso "independente", explicou a mesma fonte.

"O importante é ter os votos. Cada um faz seu jogo, eles vão manter discurso. Não tem problema", acrescentou.

Lula, que admitiu que precisava aumentar o diálogo para obter governabilidade, já havia nomeado o deputado Celso Sabino, do União Brasil, para o Ministério do Turismo.

R.Verbruggen--JdB