Alta participação nas eleições municipais e regionais na Espanha
Os espanhóis votam neste domingo (28) nas eleições municipais e regionais que servirão de prelúdio para as legislativas nacionais em seis meses, nas quais, segundo pesquisas, o socialista Pedro Sánchez poderá ser derrotado pela direita.
Às 12h00 GMT (09h00 no horário de Brasília), a participação nas eleições municipais era de 36,69%, face a 35,10% em 2019, informou Isabel Goicoechea, subsecretária de Estado do Ministério do Interior.
Além de todos os municípios do país, os espanhóis vão renovar os parlamentos e, portanto, os governos, de 12 das 17 regiões do país. A participação também cresceu na maioria dessas regiões em relação às eleições anteriores, segundo dados oficiais, apesar de ter chovido em grande parte do país.
As votações serão encerradas às 18h00 GMT (15h00 em Brasília) e os primeiros resultados são esperados para as 20h00 GMT (17h00 em Brasília).
O presidente do governo, Pedro Sánchez, votou em Madri no início da manhã e fez um apelo para que os cidadãos compareçam em massa às urnas.
"Quanto mais pessoas votarem hoje, melhor para as nossas instituições", disse aos jornalistas, acrescentando ter a certeza de que "a maioria dos cidadãos (...) votará positivo".
Uma mensagem semelhante à do seu principal rival, o líder do Partido Popular (PP, direita), Alberto Núñez Feijóo, que votou poucas horas depois também na capital espanhola.
"Anos complexos nos esperam (...) por isso, quanto mais governos fortes tivermos, mais forte será nossa democracia e mais rápido sairemos dos problemas", disse Núñez Feijóo.
- "Teste importante" -
Essas eleições "são um teste importante, porque é a única forma que temos de expressar nossa opinião em todos esses anos de governo", disse à AFPTV María Alonso, médica de 61 anos que votou em Madri.
Embora o nome de Pedro Sánchez não esteja em nenhuma cédula, o que está em jogo é muito importante para seu futuro político e de seu governo de esquerda.
Presidente do governo desde 2018, Pedro Sánchez chega a este teste eleitoral com desvantagens: o desgaste do poder, a inflação elevada - embora inferior à da maioria dos países europeus - e a consequente queda do poder de compra.
A imagem do governo sofreu com os repetidos confrontos entre os sócios da coalizão: os socialistas e a esquerda radical do Podemos.
Neste contexto, Núñez Feijóo procurou apresentar as eleições deste domingo como um plebiscito sobre Sánchez, a quem acusa de ser subordinado tanto à esquerda radical quanto aos partidos pró-independência do País Basco e da Catalunha, que costumam apoiar o governo para aprovar a sua reformas.
Sánchez fez campanha exaltando seu governo, especialmente em questões econômicas e na luta contra a seca e gestão da água, uma questão cada vez mais central na Espanha, país europeu na linha da frente contra a mudança clima.
Das 12 regiões que renovarão seu parlamento, 10 são lideradas pelos socialistas, seja diretamente ou em coalizão.
O número de regiões que o PP conseguir arrancar dos socialistas vai determinar se Núñez Feijóo pode afirmar que venceu este primeiro turno das eleições e se sua vitória no final do ano é inevitável.
C.Bertrand--JdB