Embaixadora americana diz que Brasil não deve 'premiar' Rússia em acordo de paz
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse nesta quinta-feira (4) que o Brasil não deve "premiar" a Rússia em nenhuma negociação de paz com a Ucrânia, ao final de sua visita ao país.
"Não estamos dizendo ao Brasil a não se engajar na busca pela paz. Estamos dizendo que esse compromisso deve levar em conta a Ucrânia e não pode ser uma negociação baseada em premiar a Rússia por ter tomado territórios ucranianos", afirmou Thomas-Greenfield a jornalistas em Brasília.
De acordo com a diplomata, que iniciou na terça-feira uma visita de três dias ao Brasil, os representantes do governo brasileiro afirmaram sua intenção de abordar a negociação "dos dois lados".
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem buscado manter um equilíbrio em relação ao conflito, condenando a invasão, mas negando-se a enviar armas à Ucrânia ou aplicar sanções contra a Rússia.
Lula, que tomou posse em janeiro, condenou "a violação territorial da Rússia contra a Ucrânia", mas indicou que "já não adianta apontar quem tem razão" no conflito, e que é preciso acabar com a guerra.
O petista ofereceu contribuir com o envio à Ucrânia de seu assessor especial para assuntos internacionais, Celso Amorim, com quem Thomas-Greenfield se reuniu nesta quinta-feira no Palácio do Planalto.
Questionado na reunião sobre o que iria discutir na Ucrânia, Amorim respondeu: "Paz".
Thomas-Greenfield indicou que "incentivou" a visita a Kiev de Amorim, que confirmou que irá viajar à Ucrânia, sem especificar datas.
Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores de Lula de 2003 a 2011, visitou Moscou em março, quando se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin.
A.Martin--JdB