Lula demarca seis territórios indígenas no Brasil, os primeiros em cinco anos
O presidente Lula assinou, nesta sexta-feira (28), decretos que demarcam seis novos territórios para povos indígenas, os primeiros desde 2018, durante uma reunião com representantes de povos originários em Brasília.
Estas novas reservas, que garantem aos indígenas o uso exclusivo dos recursos naturais preservando sua forma de vida tradicional, são consideradas pelos cientistas como uma das principais barreiras contra o desmatamento da Amazônia, cujo controle é um dos objetivos prioritários do governo.
"É um processo um pouco demorado, tem que passar por muitas mãos, mas vamos trabalhar muito para que possa fazer a demarcação do maior numero possível de Terras Indígenas", disse o presidente.
"Se a gente quer chegar a 2030 com desmatamento zero, a gente vai precisar do máximo de terras demarcadas", acrescentou o mandatário.
Lula fez o anúncio em ocasião do encerramento da 19ª edição do acampamento "Terra Livre", um encontro anual que reuniu milhares de indígenas de todo o país em Brasília nessa semana.
Nenhuma nova terra indígena foi demarcada durante o mandato de Jair Bolsonaro (2019-2022), que havia prometido, antes de chegar ao poder, "não ceder nenhum centímetro" aos povos originários.
Duas das seis novas reservas aprovadas estão localizadas na Amazônia, incluindo a maior, denominada Unieuxi, destinada a 249 indígenas dos povos maku e tukano, em mais de 550.000 hectares no Amazonas.
Outras duas reservas estão localizadas no nordeste do país, uma no sul e outra no centro-oeste.
"Quando dizem que vocês ocupam 14% do território, e acham que é muito, precisam saber que, antes dos portugueses, vocês ocupavam 100% desse território", completou Lula.
Segundo o último censo, de 2010, no Brasil vivem aproximadamente 800.000 indígenas, a maioria em reservas, que ocupam 13,75% do território.
W.Lievens--JdB