Journal De Bruxelles - Rodri, do City e da seleção espanhola, conquista Bola de Ouro de 2024

Aos 28 anos e depois de ter vencido a Euro-2024 com a seleção da Espanha e a Liga dos Campeões em 2023 pelo City, Rodri alcança o maior reconhecimento individual do futebol, oferecido pela revista francesa France Football.

Minutos depois de Aitana Bonmatí ter conquistado a quinta Bola de Ouro para o futebol espanhol, Rodri, atualmente lesionado, subiu de muletas ao palco do Théâtre du Châtelet para receber a sexta. Aitana (2023), Alexia Putellas (2021 e 2022) e Luis Suárez Miramontes (1960) haviam vencido este prêmio em edições anteriores.

"Hoje não é uma vitória para mim, é para o futebol espanhol. Há muitos jogadores que não venceram e que a mereciam, como Iniesta, Xavi, Iker [Casillas], Busi [Busquets] e tantos outros. Isto é para o futebol espanhol", disse Rodri.

'El Arquitecto', falecido em 2023, era até o momento o único jogador espanhol homem a ser premiado há 64 anos, quando vestia a camisa do Barcelona.

Em 2010 e após a conquista da Copa do Mundo, os meio-campistas Andrés Iniesta e Xavi Hernández eram grandes favoritos à conquista do prêmio, mas foram superados pelo companheiro argentino no Barça, o astro Lionel Messi.

Nesta segunda-feira a surpresa foi na direção oposta: aquela que parecia ser a noite de Vinicius Junior acabou sendo de Rodri, sem a presença do brasileiro ou de qualquer representante do Real Madrid.

- Fundamental em Manchester -

O clube 'merengue', após saber horas antes da cerimônia que nem o brasileiro nem Dani Carvajal seriam premiados, boicotou o evento e não enviou nenhuma representação a Paris.

O anúncio do não comparecimento do clube da capital espanhola, feito na tarde desta segunda-feira, foi um sinal de que o prêmio seria entregue ao espanhol, que subiu ao palco no final da cerimônia de muletas, ainda se recuperando da grave lesão no ligamento cruzado anterior e menisco do joelho direito que o fará perder esta temporada.

O desfalque será sensível para o Manchester City, clube para o qual o espanhol é um metrônomo e peça essencial para o seu treinador Pep Guardiola.

"Ele é o melhor na sua posição, pode fazer tudo. Tem qualidade, lê o jogo, tem mentalidade, está sempre pronto", declarou o treinador catalão em abril passado.

Não é à toa: desde que chegou a Manchester em 2019 vindo do Atlético de Madrid, o City tem um percentual de vitórias de 74,1% nos jogos que ele disputa, valor que cai para 61,9% quando desfalca a equipe por lesão ou decisão técnica.

Na temporada 2023-2024, considerada para a entrega da Bola de Ouro, seu clube perdeu apenas cinco jogos (sem contar a eliminação nos pênaltis nas quartas de final da Liga dos Campeões, após dois empates com o Real Madrid).

Rodri disputou apenas uma delas: a final da Copa da Inglaterra perdida para o Manchester United.

- Peça chave na 'Roja' -

No quesito goleador, ele é o autor daquele que pode ser considerado o gol mais importante da história do Manchester City, na final da Liga dos Campeões de 2023 contra a Inter de Milão, que levou o clube inglês a finalmente conquistar a tão sonhada primeira 'Orelhuda'.

Com quatro Premier Leagues consecutivas, duas Copas da Liga (2020 e 2021) e uma Copa da Inglaterra (2023), o seu retrospecto no âmbito nacional é mais do que completo.

Mas no caminho de Manchester até a cerimônia de entrega de prêmios em Paris, o ponto mais importante ocorreu no verão passado, na Alemanha.

Dentro de uma 'Roja' em que jogadores como Lamine Yamal e Nico Williams ganharam as manchetes durante a Eurocopa, foi Rodri que do meio do campo apoiou a equipe de Luis de la Fuente, que acabou conquistando seu quarto troféu continental, tornando-se a seleção mais vezes campeã da Europa.

Eleito o Melhor Jogador da Liga das Nações em 2023 e o Melhor Jogador da Eurocopa em julho passado, Rodri conquistou nesta segunda-feira a maior recompensa individual do futebol mundial.

U.Dumont--JdB