Revezamento da tocha olímpica começa na França com gesto para a Ucrânia
O revezamento da tocha olímpica pela França começou, nesta quinta-feira (9), em Marselha, aos pés da basílica da 'Boa Mãe', pelas mãos do ex-jogador de futebol Basile Boli, antes de ser passada para outros revezadores ao longo do dia, entre os quais estava um grupo de desportistas da União Europeia e da Ucrânia.
Depois de Marselha, a chama percorrerá os territórios franceses, inclusive os ultramarinos, até sua chegada em Paris, em 26 de julho, data da abertura dos Jogos Olímpicos.
A pira olímpica foi acesa na quarta-feira à noite no porto da cidade pelo rapper Jul, diante de 150.000 pessoas e um bilhão de telespectadores em todo o mundo.
Boli, único artilheiro na vitória do Olympique de Marselha na final da Liga dos Campeões de 1993, iniciou o revezamento às 06h20 GMT (03h20 de Brasília), debaixo da célebre estátua dourada da 'Boa mãe' e depois passou a tocha para Colette Cadalto, de 83 anos, popular torcedora do Olympique há mais de 60 anos.
- Tony Parker entre outras estrelas -
A tocha continuou sua jornada diante de milhares de espectadores, muitos deles assistindo das janelas dos edifícios. Assim como na quarta-feira, um importante dispositivo de segurança foi acionado para receber a chama que viajava a bordo do veleiro Belém.
Marselha é, juntamente com Paris, a única cidade atravessada pelo revezamento ao longo de um dia inteiro, com oito segmentos que ligam pontos icônicos da cidade como a 'Corniche' que domina o Mediterrâneo ou em frente às letras gigantes 'MARSEILLE'.
Entre os 200 revezadores de Marselha estiveram atletas como o jogador de basquete Tony Parker, medalhista de prata em 2021 em Tóquio e campeão da NBA com o San Antonio, mas também artistas e vizinhos.
Em frente ao MUCEM, Museu das Civilizações Europeias e Mediterrânicas, coincidindo com este 9 de maio, Dia da Europa, o esquiador Cyprien Sarrazin recebeu simbolicamente a tocha das mãos da ginasta ucraniana Maria Vysochanska, capitã neste dia de um revezamento coletivo com um representante de cada país da União Europeia.
- "Solidariedade com a Ucrânia" -
Neste pelotão que rodeia a jovem ucraniana de 21 anos, cujo pai luta no front contra a Rússia, estão entre outros o francês Jean Galfione, campeão olímpico de salto com vara em 1996, e a polonesa Anita Wlodarczyk, tricampeã olímpica no lançamento de martelo.
Este revezamento "é uma forma de insistir na nossa solidariedade com a Ucrânia (…) num momento em que sofre uma terrível guerra de agressão", disse a ministra francesa dos Esportes, Amélie Oudea-Castera.
"Este é um sinal de unidade, esperança e solidariedade, queremos a sua vitória", acrescentou.
Para concluir este primeiro dia, a tocha terminou seu percurso às 19h30 locais (14h30 de Brasília) no estádio Velódrome, onde serão disputadas dez partidas do torneio olímpico de futebol.
O último dos 200 revezadores do dia foi o ex-jogador internacional de futebol Didier Drogba, uma das lendas do Olympique de Marselha. Foi ele quem acendeu a pira ao final do dia.
Um dos nomes mais comentados, o ex-jogador de futebol Zinedine Zidade, outro ilustre marselhês, não participou do revezamento.
Numa cidade como Marselha, que vive para o Olympique, o futebol deve ter um papel de destaque, apesar deste esporte não ser de forma alguma o mais popular dos Jogos. Entre os revezadores do dia estão o ex-atacante Jean-Pierre Papin, Bola de Ouro em 1991, a ex-jogadora da seleção feminina francesa Louisa Necib e Valentin Rongier, atual capitão do OM.
Na sexta-feira, a chama deixará Marselha e prosseguirá a viagem pelo sudeste do país. Outros locais emblemáticos da França, como o Monte Saint-Michel, as praias do Desembarque do Dia D, o Palácio de Versalhes ou o Viaduto Millau, também estão no trajeto da chama olímpica a caminho de Paris.
R.Verbruggen--JdB