

Ryanair avalia atrasar recepção de aviões da Boeing por causa do 'tarifaço'
O diretor-geral da Ryanair, primeira companhia aérea da Europa em número de passageiros, afirmou, nesta terça-feira (15), que avalia atrasar a recepção de aviões encomendados da fabricante americana Boeing se os aparelhos acabarem custando mais caro devido às tarifas alfandegárias cobradas pelo governo do presidente Donald Trump.
A empresa, sediada na Irlanda, deve receber 25 novos Boeing a partir de agosto, mas seu chefe, Michael O'Leary, disse que não precisa destas aeronaves até "março ou abril de 2026".
"Se forem impostas tarifas a estes aviões, é muito provável que possamos atrasar a entrega" até que "o senso comum" prevaleça, disse O'Leary em entrevista ao jornal britânico Financial Times.
As tarifas alfandegárias anunciadas por Donald Trump chegam a 10% para todos os países do mundo, e 25% no caso do aço. Sem contar com a queda-de-braço entre Estados Unidos e China, que resultou em tarifas superiores a 100%.
Uma série de taxas já tem impacto no setor aeronáutico.
O diretor-executivo da Delta Airlines, Ed Bastian, comentou na semana passada que não pensa pagar tarifas alfandegárias pelos Airbus que espera para este ano.
Segundo a agência Bloomberg, que citou pessoas próximas do assunto, a China também ordenou a suas companhias aéreas que suspendam qualquer recepção de aviões da Boeing por causa das tarifas e "que interrompam todas as compras de equipamentos e peças de aeronaves de empresas americanas".
S.Lambert--JdB