Journal De Bruxelles - Incêndio continua após colisão de navios no Mar do Norte, sem sinais de contaminação

Incêndio continua após colisão de navios no Mar do Norte, sem sinais de contaminação
Incêndio continua após colisão de navios no Mar do Norte, sem sinais de contaminação / foto: Paul Ellis - AFP

Incêndio continua após colisão de navios no Mar do Norte, sem sinais de contaminação

O incêndio continua, nesta terça-feira (11), após uma colisão entre um navio cargueiro e um petroleiro na costa da Inglaterra, na qual um tripulante desapareceu e acredita-se que teria morrido, de acordo com o governo britânico, que não observou nenhum sinal de contaminação até o momento.

Tamanho do texto:

"Nossa suposição é que o marinheiro infelizmente faleceu", disse o secretário de Transporte, Mike Kane, ao Parlamento, referindo-se ao tripulante desaparecido do cargueiro Solong.

Kane acrescentou que "como as coisas estão, nenhum sinal de contaminação foi observado neste momento. Mas o alerta permanece em vigor" após a colisão em que um tanque de querosene no petroleiro foi rompido.

O governo britânico também defendeu a tese de que a colisão no Mar do Norte foi causada por um acidente.

"Pelo que entendi, não há razão para acreditar, neste momento, que este seja um ato criminoso", disse um porta-voz do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.

A Guarda Costeira informou que "o navio de carga continua em chamas e o incêndio a bordo do petroleiro 'Stena Immaculate' diminuiu consideravelmente".

O navio de carga "se separou" do petroleiro na noite de segunda-feira e, à deriva, começou a se deslocar para o sul, acrescentou a fonte.

O petroleiro, fretado pelo exército dos Estados Unidos, estava ancorado a cerca de 15 quilômetros da cidade de Hull quando foi atingido pelo porta-contêineres, em circunstâncias ainda desconhecidas.

O navio porta-contêineres Solong "surgiu do nada", disse um membro da tripulação do petroleiro à BBC.

A colisão causou um grande incêndio. Um dos tanques do Stena Immaculate, que continha querosene, rompeu, causando um vazamento e aumentando o receio de grandes danos ambientais.

- "Extremamente preocupante" -

"Embora o primeiro objetivo seja conter o fogo, a contaminação relacionada ao acidente tem potencial para se espalhar amplamente dependendo das correntes e ondas, com risco de afetar essas áreas protegidas", alertou Daniela Schmidt, professora de ciências da Universidade de Bristol.

O proprietário alemão do cargueiro, de bandeira portuguesa, negou que o navio transportasse contêineres carregados com cianeto de sódio, rejeitando as informações do site Lloyd's List Intelligence, especializado em transporte marítimo.

"Podemos confirmar que não há contêineres a bordo com cianeto de sódio, como foi relatado erroneamente. Há quatro contêineres vazios que continham anteriormente o produto químico perigoso", disse a empresa de transporte alemã Ernst Russ em um comunicado.

O secretário britânico da Habitação, Matthew Pennycook, disse à Times Radio que as autoridades americanas e portuguesas estavam encarregadas da investigação, já que os navios tinham bandeiras desses países.

Um porta-voz de Downing Street afirmou que a situação ambiental é "extremamente preocupante".

- "Perigos tóxicos" -

Os moradores de Grimsby expressaram seus receios sobre os riscos ambientais. "Não queremos que isso afete a vida selvagem", disse Laura Scrimshaw, de 47 anos.

A ONG Greenpeace também alertou sobre os "múltiplos perigos tóxicos" que o acidente representa "para a vida marinha".

O petroleiro "Stena Immaculate" pertencia à empresa sueca Stena Bulk e havia partido do porto grego de Agioi Teodori em 27 de fevereiro, com destino a Killinghome, no norte da Inglaterra.

De acordo com o site Lloyd's List Intelligence, o navio transportava 220.000 barris de querosene.

Um porta-voz militar dos EUA afirmou que o petroleiro estava "temporariamente fretado pelo Comando de Transporte Marítimo Militar", um serviço das forças armadas que opera embarcações com tripulação civil para o Departamento da Defesa.

O porta-contêineres deixou o porto escocês de Grangemouth na manhã de segunda-feira com destino à cidade holandesa de Roterdã.

P.Claes--JdB