Journal De Bruxelles - Telefónica perde 49 milhões de euros em 2024, com baixas na América Latina

Telefónica perde 49 milhões de euros em 2024, com baixas na América Latina
Telefónica perde 49 milhões de euros em 2024, com baixas na América Latina / foto: Pierre-Philippe MARCOU - AFP

Telefónica perde 49 milhões de euros em 2024, com baixas na América Latina

A gigante espanhola das telecomunicações Telefónica registrou uma perda líquida de 49 milhões de euros (US$ 51,3 milhões ou R$ 283 milhões) em 2024, devido a uma redução de seus ativos na América Latina, onde o grupo iniciou a venda de várias subsidiárias.

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Este resultado é melhor do que o de 2023, um ano marcado por uma perda de 892 milhões de euros (R$ 4,7 bilhões na cotação da época) devido aos custos de seu plano de reestruturação e uma queda do valor de sua subsidiária britânica Virgin Media O2. Sem estes elementos extraordinários, o grupo teria obtido um lucro de 2,37 bilhões de euros (R$ 12,3 bilhões).

De acordo com a Telefónica, o prejuízo em 2024 é explicado pela desvalorização de vários ativos na América Latina, onde enfrenta uma situação complicada. Esta depreciação atingiu 1,27 bilhão de euros na Argentina, 397 milhões de euros no Chile e 108 milhões de euros no Peru.

De acordo com a companhia, que destaca em seu comunicado os bons resultados operacionais em seus principais mercados, sobretudo na Espanha e na Alemanha, o lucro ajustado para 2024, que não leva em conta estes "efeitos extraordinários", foi de 2,3 bilhões de euros.

A operadora de telefonia viu seu faturamento aumentar em 1,6% em relação ao ano anterior, para 41,31 bilhões de euros. Este valor é maior do que a meta da empresa, que previa um aumento de 1%. Também supera as expectativas dos analistas consultados pela Factset, que previam um faturamento de 40,96 bilhões de euros.

"Cumprimos nossos objetivos financeiros, enquanto continuamos fortalecendo nossa posição competitiva", graças à manutenção do "impulso em nossos principais mercados, Espanha, Brasil, Alemanha e Reino Unido", afirmou o grupo, que afirma ter 390 milhões de clientes em todo o mundo.

A publicação dos resultados ocorre pouco mais de um mês após a nomeação de Marc Murtra - até então presidente da empresa de defesa e tecnologia Indra - como presidente-executivo da gigante das telecomunicações.

Murtra substituiu José María Álvarez-Pallete, que ocupava o cargo desde 2016 e cujo mandato terminaria este ano. O conselho de administração da Telefónica explicou essa mudança pela vontade "de certos acionistas" de iniciar "uma nova etapa".

Com dívidas altas e enfrentando forte concorrência em muitos países, a empresa fez uma mudança estratégica há alguns anos para se concentrar em seus principais mercados a fim de melhorar sua rentabilidade.

Nesta reorganização, vendeu suas subsidiárias na Guatemala e na Costa Rica e iniciou a venda de seu braço colombiano. Na segunda-feira, a empresa anunciou um acordo para vender suas atividades na Argentina por cerca de 1,2 bilhão de euros para a Telecom Argentina.

Segundo a imprensa espanhola, a Telefónica também estaria considerando comercializar suas subsidiárias no Peru e no Chile. Bem como também poderia vender sua participação na rede de fibra óptica no Reino Unido, que administra em conjunto com a Liberty Global através da Virgin Media O2.

R.Michel--JdB