Journal De Bruxelles - Volkswagen planeja cortar mais de 35.000 postos de trabalho na Alemanha até 2030

Volkswagen planeja cortar mais de 35.000 postos de trabalho na Alemanha até 2030
Volkswagen planeja cortar mais de 35.000 postos de trabalho na Alemanha até 2030 / foto: Tobias SCHWARZ - AFP

Volkswagen planeja cortar mais de 35.000 postos de trabalho na Alemanha até 2030

A Volkswagen, maior fabricante europeia de automóveis, planeja cortar mais de 35.000 postos de trabalho na Alemanha até 2030 para reduzir custos e evitar fechamento de fábricas, segundo um acordo fechado nesta sexta-feira (20) para tentar solucionar a crise que o grupo atravessa.

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O acordo prevê "uma redução socialmente aceitável de efetivos" de mais de 35.000 funcionários nas instalações alemãs da marca Volkswagen até 2030, representando 29% de seu quadro de funcionários total, anunciou a empresa, um baluarte da indústria alemã.

Os cortes não serão forçados e deverão, sobretudo, ocorrer mediante aposentadorias sem substituição, ressaltaram representantes dos funcionários.

"Nós também conseguimos encontrar uma solução para os funcionários das instalações da Volkswagen, que garante os empregos, preserva a produção nas fábricas e permite, ao mesmo tempo, importantes investimentos futuros", declarou Thorsten Gröger, negociador do sindicato automotivo.

Durante uma coletiva de imprensa, ele comemorou a adoção das medidas de redução de custos, "que respeitam as linhas vermelhas" do sindicato.

"Não haverá fechamentos de fábricas e as demissões estão descartadas", assegurou, enquanto este cenário não tenha sido descartado pela principal fabricante europeia de automóveis.

Em troca, os funcionários aceitaram abrir mão de uma série de bônus e reduzir a capacidade de produção em várias das dez fábricas do grupo na Alemanha.

Com este acordo, a Volkswagen espera fazer uma economia de "4 bilhões de euros" (cerca de 25 bilhões de reais, na cotação atual) no médio prazo.

"Nós tivemos três prioridades durante as negociações: reduzir a capacidade excedente nas instalações alemãs, diminuir os custos de mão de obra e trazer os custos de desenvolvimento para um nível competitivo", explicou Thomas Schäfer, diretor da VW, a principal marca do grupo, que enfrenta as maiores dificuldades.

"Conseguimos soluções viáveis para os três temas", assegurou.

O grupo, baluarte da indústria alemã, surpreendeu em setembro, ao anunciar que preparava um plano econômico drástico para recuperar sua competitividade.

O diretor-executivo da Volkswagen, Oliver Blume, sustenta que os custos da companhia são muito elevados e as margens de lucro da marca histórica VW, que representa pouco mais da metade de suas vendas, muito baixos.

A Volkswagen também sofre com a desaceleração mundial das vendas de automóveis, com a concorrência chinesa e com modelos a bateria pouco atrativos, que freiam sua transição para os veículos elétricos.

S.Lambert--JdB