Journal De Bruxelles - Abismo digital atinge mais duramente mulheres jovens em países pobres, diz ONU

Abismo digital atinge mais duramente mulheres jovens em países pobres, diz ONU
Abismo digital atinge mais duramente mulheres jovens em países pobres, diz ONU / foto: TANG CHHIN Sothy - AFP

Abismo digital atinge mais duramente mulheres jovens em países pobres, diz ONU

Cerca de 90% das mulheres jovens e adolescentes nos países mais pobres do mundo não têm acesso à internet, destaca um relatório das Nações Unidas divulgado nesta quarta-feira (26).

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A falta de acesso e a disparidade entre o número de meninos e meninas sem conexão representa um sério risco de que as mulheres fiquem economicamente para trás em um mundo cada vez mais conectado, indica o documento do Unicef.

As adolescentes e mulheres jovens estão sendo "excluídas quando se trata de habilidades digitais", enfatiza o documento. Um total de 78% dos jovens e adolescentes do sexo masculino, por sua vez, não estão conectados nos países mais pobres, aponta o Unicef, que analisou o uso de dados nos 54 países de renda mais baixa.

Estes dados se traduzem em cerca de 65 milhões de mulheres de 15 a 24 anos que não têm acesso à internet, enquanto os homens nas mesmas condições são 57 milhões.

"Eliminar o abismo digital entre meninos e meninas é mais do que apenas ter acesso à internet e tecnologia. É sobre empoderar as mulheres, para que se tornem inovadoras, criadoras e líderes", disse Robert Jenkins, diretor de Educação do Unicef.

"Se quisermos vencer as desigualdades de gênero no mercado de trabalho, principalmente em ciência, tecnologia, engenharia e áreas relacionadas à matemática, temos que começar agora, ajudando a juventude, principalmente as mulheres, a desenvolver habilidades digitais".

O relatório adverte que, mesmo nos casos em que as mulheres tiveram acesso igualitário a oportunidades educativas tradicionais, como matemática e leitura, "isto nem sempre se traduziu em habilidades digitais".

As disparidades no acesso à tecnologia persistem mesmo dentro dos lares. Em um estudo de 41 países, o Unicef identificou ser "muito mais provável que se dê um celular aos meninos do que às meninas". As mulheres jovens têm 13% menos chances de ter um celular, o que limita "a sua capacidade de participar do mundo digital".

Y.Niessen--JdB