

Diretor de série rodada em Brasil e Uruguai é preso, acusado de dar golpe na Netflix
O diretor Carl Erik Rinsch, que filmou cenas de uma série de ficção científica no Brasil e no Uruguai, foi detido em Los Angeles, acusado de desviar US$ 11 milhões (o equivalente a R$ 62 milhões), destinados a uma custosa produção da Netflix que não se concretizou, informaram as autoridades.
De acordo com a acusação, apresentada em Nova York, o cineasta americano, que dirigiu "47 Ronins", recebeu recursos de uma plataforma de streaming entre 2018 e 2020, mas usou o dinheiro em investimentos pessoais.
Rinsch foi acusado pela justiça americana de fraude, lavagem de dinheiro e transações financeiras resultantes de atividades ilícitas, e foi detido em West Hollywood na terça-feira.
A acusação não cita a Netflix diretamente, mas a plataforma de streaming manteve uma disputa com o diretor pela realização de uma série de ficção científica, inicialmente intitulada "White Horse".
No ano passado, uma mediadora judicial determinou que Rinsch, de 47 anos, devia à Netflix cerca de 9 milhões de dólares (aproximadamente R$ 55 milhões, em valores da época) em perdas e danos.
"Carl Rinsch supostamente roubou mais de 11 milhões de dólares de uma destacada plataforma de streaming para financiar compras luxuosas e investimentos pessoais ao invés de concluir uma série de televisão prometida", declarou esta semana, em um comunicado, a diretora-adjunta do FBI, Leslie Backschies.
Em 2018, Rinsch havia chegado a um acordo com a plataforma de streaming para desenvolver "White Horse", intitulada em seguida de "Conquest".
Na trama, um cientista cria um grupo de clones superinteligentes que desaparecem em uma cidade do Brasil, onde desenvolvem tecnologia avançada e entram em confronto com humanos.
Segundo a Promotoria, entre 2018 e 2019, em pleno auge do streaming, a plataforma pagou pela série cerca de 44 milhões de dólares (aproximadamente R$ 177 milhões, em valores de dezembro de 2019).
Rinsch filmou algumas cenas no Brasil e no Uruguai, mas não concluiu o material acordado.
O diretor pediu mais dinheiro, acrescentou a Promotoria, e recebeu outros R$ 11 milhões da plataforma de conteúdo.
De acordo com os documentos judiciais, o diretor perdeu parte do dinheiro em transações ruins, e usou o restante em criptomoedas e despesas luxuosas, como estadias em hotéis, relógios, roupas e carros, como vários Rolls Royce e uma Ferrari.
Ele também tentou acionar a plataforma para pedir mais dinheiro e cobriu as despesas legais relacionadas com seu divórcio.
Se for considerado culpado, Rinsch poderá passar décadas na prisão.
P.Mathieu--JdB