Cannes dá uma pausa nos astros de Hollywood e exibe filmes da Turquia, Tunísia e sobre Auschwitz
O Festival de Cannes tem uma pausa nesta sexta-feira (19) após vários dias marcados pela presença de estrelas de Hollywood e exibe dois filmes de países distantes das superproduções, Turquia e Tunísia, e uma obra sombria sobre o campo nazista de Auschwitz dirigida pelo britânico Jonathan Glazer.
O cineasta turco Nuri Bilge Ceylan, Palma de Ouro em 2014 com "Sono de Inverno", apresenta "About dry grasses" ("Kuru Otlar Ustune" em turco), filme sobre um professor acusado de assédio em Anatólia.
O tema do assédio escolar também foi abordado pelo japonês Hirokazu Kore-eda no filme "Monster", outro candidato à Palma de Ouro.
Ceylan, 64 anos, é um velho conhecido na Croisette: ele recebeu o Grande Prêmio do Júri em 2003 por "Distante", o prêmio de direção por "Três Macacos" (2008) e outro Grande Prêmio do Júri em 2011 por "Era Uma Vez em Anatólia".
Também nesta sexta-feira, Kaouther Ben Hania, 45 anos, apresentará "Les filles d'Olfa", um filme que aborda o desaparecimento de duas filhas de uma mulher tunisiana e que se aproxima do "ensaio visual", de acordo com Thierry Frémaux, diretor geral do festival.
Ben Hania foi indicada ao Oscar de filme internacional há dois anos com "O Homem que Vendeu sua Pele" e participou na mostra Um Certo Olhar de Cannes em 2017 com "Beauty and the dogs".
O terceiro filme da sexta-feira é "The Zone of Interest", do britânico Jonathan Glazer, adaptação de um livro de Martin Amis publicado em 2014 e que aborda a vida cotidiana do comandante nazista e sua família no campo de extermínio de Auschwitz.
Glazer é conhecido por "Sob a Pele" (2013), com Scarlett Johansson, e "Reencarnação" (2004), com Nicole Kidman.
Cannes também será cenário de um protesto sindical dos trabalhadores do setor hoteleiro contra a reforma da Previdência aprovada pelo governo francês.
Os protestos já duram meses no país, apesar de a reforma já ter sido aprovada no Parlamento. A prefeitura de Cannes proibiu manifestações em um perímetro ao redor do Palácio da Croisette, para evitar distúrbios durante o festival.
Mas este protesto está programado para acontecer diante do reformado hotel Carlton, uma área privada.
A central sindical que organiza o protesto prevê outra manifestação para domingo.
S.Vandenberghe--JdB