Journal De Bruxelles - Papa, que está hospitalizado, sofre de pneumonia bilateral

Papa, que está hospitalizado, sofre de pneumonia bilateral
Papa, que está hospitalizado, sofre de pneumonia bilateral / foto: Alberto Pizzoli - AFP/Arquivos

Papa, que está hospitalizado, sofre de pneumonia bilateral

O papa Francisco, de 88 anos, está acometido por uma pneumonia bilateral e ainda apresenta um quadro clínico "complexo", anunciou nesta terça-feira (18) o Vaticano, no quinto dia de hospitalização do pontífice.

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O jesuíta de 88 anos foi internado no hospital Gemelli de Roma por uma "infecção polimicrobiana das vias respiratórias" que gerou preocupações.

"A tomografia torácica à qual o Santo Padre foi submetido esta tarde [...] mostrou o aparecimento de uma pneumonia bilateral que exigiu um tratamento farmacológico posterior. No entanto, o papa Francisco está de bom humor", disse o Vaticano em um boletim médico vespertino.

"A infecção polimicrobiana, ocorrida em um contexto de bronquiectasia e bronquite asmática, e que exigiu o uso de terapia antibiótica com cortisona, torna o tratamento terapêutico mais complexo", informou o comunicado.

Depois de ter cancelado seus compromissos até quarta-feira inicialmente, o Vaticano anunciou nesta terça o cancelamento de sua audiência jubilar de sábado e indicou que o papa também não presidirá a missa de domingo.

Horas antes, o porta-voz da Santa Sé, Matteo Bruni, declarou aos jornalistas que o estado do pontífice argentino é estável.

Após passar "uma noite tranquila", Francisco "acordou, tomou café da manhã e leu alguns jornais como faz com frequência", explicou.

De acordo com o Vaticano, o papo recebeu a eucaristia pela manhã e, durante o dia, "alternou o descanso com a oração e a leitura de textos".

- Reduzir o ritmo -

Apesar dos frequentes problemas de saúde dos últimos anos - entre eles de quadril, dores no joelho que o obrigam a se locomover em cadeira de rodas, operações e infecções respiratórias - o argentino Jorge Bergoglio manteve uma agenda cheia e declarou que não tinha intenção de reduzir o ritmo.

A hospitalização do papa, a quarta em menos de quatro anos, reacendeu o debate sobre sua saúde, especialmente porque a internação ocorre no início do ano jubilar da Igreja Católica, o que envolve uma longa lista de eventos, muitos deles presididos pelo papa.

Vários peregrinos e turistas reunidos na Praça de São Pedro do Vaticano afirmaram nesta terça que estavam rezando pela rápida recuperação do pontífice.

"Espero que ele se recupere rapidamente. Confio no tratamento médico do hospital e espero que façam o melhor possível", declarou à AFP Birgit Jungreuthmayer, uma turista austríaca de 48 anos.

- "Hipótese distante" -

A saúde do pontífice ocupava nesta terça-feira todas as capas dos grandes jornais italianos. "A hospitalização do papa Francisco se prolonga", dizia Il Corriere della Sera, enquanto La Repubblica destacou seu "quadro clínico complexo".

Antes da sua hospitalização na sexta-feira, o chefe da Igreja Católica, que teve uma parte de um pulmão removido quando era jovem, pareceu debilitado, com o rosto inchado e a voz entrecortada. Ele delegou em várias ocasiões a seus assistentes a leitura de seus discursos.

"Gostaria de ter estado presente entre vocês, mas, como sabem, eu me encontro na Policlínica Gemelli porque ainda preciso de alguns cuidados para minha bronquite", escreveu.

Conhecido por sua impetuosidade, Francisco preferiu seguir em frente, sem aliviar sua agenda lotada.

Em setembro de 2024, ele fez uma viagem de 12 dias por quatro países da Ásia e Oceania, a maior de seu papado em duração e distância.

Desde sua eleição, o jesuíta sempre deixou aberta a opção de renunciar caso a saúde o impedisse de continuar desempenhando suas funções.

Seu antecessor, Bento XVI, surpreendeu o mundo em 2013, quando se tornou o primeiro papa desde a Idade Média a renunciar, alegando problemas de saúde.

Mas em um livro publicado em 2024, Francisco assegurava não ter "nenhuma razão suficientemente séria para pensar em renunciar". A renúncia é uma "hipótese distante" que só se justificaria em caso de "incapacidade física grave", disse.

E.Heinen--JdB