Ex-ministro mexicano é condenado nos EUA por tráfico de drogas
O ex-ministro de Segurança Pública do México, Genaro García Luna, foi condenado nesta quarta-feira (16) a 466 meses de prisão (38,8 anos), a pagar uma multa de US$ 2 milhões e a cinco anos de liberdade vigiada, anunciou a Justiça dos Estados Unidos.
O juiz Brian Cogan, contudo, não condenou o ex-czar antidrogas do governo de Felipe Calderón (2006-2012) à prisão perpétua, como solicitavam os promotores, porque queria "ter alguma luz no fim do túnel".
"Não vou condená-lo a prisão perpétua", pois "quero ter alguma luz no fim do túnel", disse o juiz ao anunciar "460 meses" por quatro acusações das quais foi considerado culpado por júri popular em fevereiro de 2023, e mais seis meses por falsificação de documentos para solicitar a cidadania americana.
Ao final da condenação, o ex-ministro passará cinco anos em liberdade vigiada e terá que pagar US$ 2 milhões (R$ 11,3 milhões) de multa. Sua esposa e sua filha compareceram à audiência, na qual ele se manteve sereno ao conhecer sua sentença.
García Luna, de 56 anos, manteve uma "vida dupla" de funcionário cumpridor da lei, ao mesmo tempo que "facilitou" o cometimento de "coisas horríveis", disse o juiz, tomando alguns argumentos da promotoria.
"Teve a mesma violência de [Joaquín] 'El Chapo' Guzmán", o líder do Cartel de Sinaloa, condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos, mas "a manifestou de forma diferente", disse o juiz.
A promotoria havia pedido prisão perpétua para o funcionário público mexicano de mais alto escalão a se sentar no banco dos réus nos Estados Unidos, enquanto a defesa pedia 20 anos, a pena mínima pelos cinco crimes dos quais foi considerado culpado. Um deles foi proteger o Cartel de Sinaloa, pelo que teria recebido milhões de dólares em troca.
Após destacar seu comportamento na prisão ao longo dos quase cinco anos de detenção, García Luna disse ao juiz: "Nunca fui uma ameaça ou risco para a comunidade". Também implorou a Cogan para que o "permitisse retornar o mais rápido possível" para sua família e para o seio da "amada sociedade" à qual pertence.
O.Meyer--JdB