Journal De Bruxelles - Impugnadas primárias da oposição para definir rival de Maduro na Venezuela

Impugnadas primárias da oposição para definir rival de Maduro na Venezuela
Impugnadas primárias da oposição para definir rival de Maduro na Venezuela / foto: Federico Parra - AFP/Arquivos

Impugnadas primárias da oposição para definir rival de Maduro na Venezuela

O candidato de um pequeno partido da Venezuela impugnou nesta terça-feira (30), perante o Supremo Tribunal de Justiça (TSJ), as primárias da oposição para as eleições presidenciais de 2024, ao questionar os organizadores.

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"Estamos introduzindo uma proteção constitucional contra o processo primário viciado", anunciou no Twitter Luis Ratti, empresário dissidente do chavismo que aspirou à presidência em 2018, quando o presidente Nicolás Maduro foi reeleito em meio a denúncias de fraude e a um boicote da maioria da oposição. Ratti pediu a nomeação de uma nova comissão para organizar as primárias, "limpar o processo" e "garantir a democracia".

"Achamos que as declarações do senhor Ratti carecem de base jurídica", disse à AFP Jesús María Casal, responsável pela comissão que organiza as primárias, ressaltando que continua com "o espírito aberto" para ouvir propostas e receber candidaturas. "Não estamos fechando nenhuma porta", assinalou, acrescentando que não teve acesso ao conteúdo apresentado por Ratti.

A principal aliança da oposição venezuelana, a Plataforma Unitária, rejeitou as ações promovidas por Ratti e qualificou o político como "um personagem obscuro", que atua em favor de Maduro.

Ratti justificou a contestação alegando um "sequestro político" do processo pelos partidos majoritários, em detrimento de outros setores da oposição. Ele acusa a comissão de ter rejeitado candidatos.

As primárias são organizadas há meses por um grupo de professores, advogados e consultores, que tem como objetivo garantir que o processo seja aberto a todos que desejarem se candidatar. No entanto, candidatos acusados de ligações com o governo chavista denunciaram "exclusões".

A comissão organizadora também media um debate entre os candidatos sobre a relevância do voto manual ou um processo feito por meio das máquinas do estatal Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Vários processos eleitorais foram anulados ou adiados pela Justiça na Venezuela. O TSJ, acusado pela oposição de servir aos interesses do governo, anulou um referendo em 2016 para revogar o mandato de Maduro, depois que o chavismo denunciou irregularidades na coleta de assinaturas para ativar a consulta.

A mais alta instância também anulou a autoridade do Parlamento quando este estava sob o controle da oposição, interveio nos partidos da oposição e ordenou, em novembro de 2021, a repetição das eleições regionais em Barinas, estado natal do falecido presidente Hugo Chávez (1999-2013), depois de uma vitória da oposição.

W.Baert --JdB