Journal De Bruxelles - Atiradores assassinam seis pessoas em povoado turístico do Equador

Atiradores assassinam seis pessoas em povoado turístico do Equador
Atiradores assassinam seis pessoas em povoado turístico do Equador

Atiradores assassinam seis pessoas em povoado turístico do Equador

Pelo menos seis pessoas morreram e outras seis ficaram feridas depois que atiradores abriram fogo contra um restaurante na localidade turística de Montañita, na costa pacífica do Equador, informou o Ministério Público neste domingo (21).

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Em seu perfil no Twitter, a entidade anunciou que investiga "um ataque armado em um restaurante [...] que provocou a morte de seis pessoas e outras seis ficaram feridas".

O massacre ocorreu na noite de sábado em uma zona movimentada desta localidade litorânea. No local, os investigadores encontraram "cápsulas de projéteis de armas de fogo, três telefones celulares e substâncias sujeitas à fiscalização", acrescentou o MP, sem detalhar a idade e a identidade das vítimas.

"Ouvimos o barulho: pá, pá, pá, e as pessoas dizendo: Corre! Corre! É tiro", relatou à AFP uma mulher que estava perto do local no momento dos disparos e que não quis se identificar por medo de represálias.

Trata-se do segundo massacre na costa pacífica do Equador esta semana.

Na quinta-feira, várias pessoas entraram em uma funerária no porto vizinho de Manta e abriram fogo contra os presentes em um velório. O ataque deixou quatro mortos e oito feridos, segundo o Ministério Público.

- Estado de exceção -

Situado entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores mundiais de cocaína, o Equador vivencia a pior escalada de violência de sua história recente.

A criminalidade ligada ao narcotráfico levou a taxa de homicídios a praticamente dobrar de 2021 a 2022, passando de 14 para 25 para cada 100.000 habitantes.

Em resposta à onda de violência, o presidente conservador Guillermo Lasso impôs, em 1º de abril, o estado de exceção nas províncias e cidades mais afetadas, entre elas Santa Elena (sudoeste), onde fica Montañita.

A medida permite mobilizar militares nas ruas e implantar toques de recolher. O governo também deu luz verde à população para a posse e o porte de armas para defesa pessoal.

Entretanto, os massacres em lugares públicos continuam aterrorizando os equatorianos.

Em meados de abril, na província de Esmeraldas (noroeste e fronteiriça com a Colômbia), cerca de 30 atiradores abriram fogo em um porto de pescadores artesanais, matando nove pessoas. Duas semanas depois, homens em motos atiraram contra pessoas que assistiam a uma partida de futebol em uma oficia mecânica, matando dez delas e ferindo outras três, entre elas uma menina de cinco anos.

Lasso atribui a violência às disputas entre organizações criminosas, que brigam pelo poder e pelo controle de rotas para o tráfico de drogas pelo Oceano Pacífico, um corredor estratégico para o envio de droga para Estados Unidos e Europa.

Os embates também deixaram um rastro de morte atrás das grades, onde mais de 420 detentos foram assassinados desde 2021.

Entre janeiro e abril, o Equador apreendeu 64 toneladas de droga. Em 2022, as autoridades confiscaram mais de 200 toneladas, a maior parte cocaína.

Y.Callens--JdB