Journal De Bruxelles - Relógio do Apocalipse se aproxima um segundo da meia-noite, hora do fim do mundo

Relógio do Apocalipse se aproxima um segundo da meia-noite, hora do fim do mundo
Relógio do Apocalipse se aproxima um segundo da meia-noite, hora do fim do mundo / foto: SAUL LOEB - AFP

Relógio do Apocalipse se aproxima um segundo da meia-noite, hora do fim do mundo

O Relógio do Apocalipse, que mede, simbolicamente, a proximidade do fim do mundo, marcou, nesta terça-feira (28), que a humanidade nunca esteve tão perto do cataclismo planetário devido às tensões nucleares, à crise climática e à desinformação.

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O Boletim dos Cientistas Atômicos, que descreve o relógio como uma "metáfora do quão próxima a humanidade está da auto-aniquilação", mexeu os ponteiros em um segundo marcando 89 segundos para a meia-noite.

A cada ano, a junta de ciência e segurança do Boletim e seus patrocinadores, entre os quais estão ganhadores dos prêmios Nobel, tomam a decisão de mexer nos ponteiros deste relógio simbólico.

"O Relógio do Apocalipse está mais perto da catástrofe do que nunca em sua história", disse o ex-presidente colombiano Juan Manuel Santos, diretor do The Elders, grupo formado por ex-dirigentes.

"O relógio fala das ameaças existenciais que enfrentamos e da necessidade de unidade e de uma liderança audaciosa para fazer os ponteiros recuarem", acrescentou, durante uma coletiva de imprensa em Washington.

O novo ajuste do relógio ocorre uma semana depois da posse de Donald Trump, que recém-empossado já rompeu com normas de cooperação internacional.

Santos acolheu com satisfação as promessas do novo presidente americano de usar a diplomacia com a Rússia e China, mas condenou sua saída do acordo climático de Paris e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os especialistas também alertaram sobre uma piora do impacto das mudanças climáticas no planeta, depois de mais um ano com recorde de altas temperaturas.

O ex-presidente colombiano pediu "ações urgentes" para combater a desinformação "e a amplificação das teorias da conspiração, que se tornaram tão frequentes" em um "mundo hiperconectado".

"Este aumento alarmante da desconfiança é alimentado em grande parte pelo uso malicioso e imprudente de novas tecnologias que ainda não compreendemos totalmente", acrescentou.

O relógio foi alterado pela última vez em 2023, quando foi adiantado em dez segundos marcando 90 segundos para a meia-noite, após a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Em seus primórdios, em 1947, após a Segunda Guerra Mundial, marcava sete minutos para a meia-noite. O relógio chegou a estar a 17 minutos do juízo final após a Guerra Fria, em 1991.

O Boletim foi criado em 1945 por Albert Einstein, J. Robert Oppenheimer e outros cientistas que trabalharam no Projeto Manhattan, que produziu as primeiras armas nucleares.

E.Heinen--JdB