Journal De Bruxelles - Equador amplia racionamento de energia de oito para 14 horas diárias

Equador amplia racionamento de energia de oito para 14 horas diárias
Equador amplia racionamento de energia de oito para 14 horas diárias / foto: Galo Paguay - AFP

Equador amplia racionamento de energia de oito para 14 horas diárias

O Equador ampliará os cortes de energia elétrica de oito para 14 horas por dia a partir desta sexta-feira (25) devido à pior seca que o país enfrenta em seis décadas, a medida mais severa adotada desde o início do ano, anunciou a ministra de Minas e Energia, Inés Manzano.

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"Tomamos a dolorosa, mas responsável, decisão de modificar o plano de racionamento, aumentando de oito para 14 horas diárias", afirmou a ministra em um vídeo publicado nas redes sociais.

Ela acrescentou que o programa de apagões será examinado no domingo.

Devido à seca, que este ano reduziu os reservatórios das hidrelétricas que cobrem 70% da demanda nacional de energia a índices mínimos históricos, o país adotou racionamentos periódicos de até 13 horas por dia, como aconteceu em abril.

Na segunda-feira, a atual fase de cortes, que já dura um mês, foi reduzida de 10 para oito horas diárias e deveria ser reajustada para seis horas a partir da próxima segunda-feira, antes de cair para quatro horas na primeira semana de novembro.

"Enfrentamos uma crise dinâmica e sem precedentes que nos obriga a uma adaptação a cenários de mudança", disse Manzano, antes de acrescentar que "tomamos esta decisão dura com base na difícil situação climática".

O Equador, com 17 milhões de habitantes, precisa de 4.600 MW e enfrenta um déficit de 1.600 MW.

"Toda a América do Sul enfrenta uma seca sem precedentes e o Equador não é exceção. Vários países têm cortes de energia elétrica e todos vimos com espanto as imagens do rio Amazonas seco", disse a ministra.

A confederação empresarial afirma que as perdas provocadas pelos apagões chegam a 12 milhões de dólares (67,9 milhões de reais) por cada hora de interrupção.

A ministra da Energia destacou que o "principal problema", que provoca o racionamento, é a vazão reduzida "em limites históricos" para a operação das hidrelétricas de Mazar (sul andino) e Coca Codo Sinclair (na Amazônia), as mais importantes do país.

Ela disse que o governo "compreende a situação que vivem os equatorianos", que há vários anos também enfrentam uma crise de segurança devido à violência dos grupos de narcotraficantes vinculados a cartéis internacionais como o de Sinaloa.

O Equador, localizado entre o Peru e a Colômbia, os maiores produtores mundiais de cocaína, virou uma das nações mais violentas da região.

Os homicídios subiram de seis para cada 100 mil habitantes em 2018 para o recorde de 47 para cada 100 mil pessoas em 2023, segundo dados oficiais.

Entre janeiro e outubro desde ano, as apreensões de drogas bateram um novo recorde, de 232 toneladas, contra 219 toneladas em 2023.

Há uma semana, o presidente Daniel Noboa anunciou que o governo pretende incorporar quase 1.600 MW ao sistema nacional de energia, entre novembro e o primeiro trimestre de 2025, através da geração térmica e da operação de outra central hidrelétrica.

Com a crise hídrica e seus efeitos, 20 das 24 províncias equatorianas estão em alerta vermelho.

A seca também provocou quase 3.600 incêndios florestais, com impacto no abastecimento de água potável e problemas na produção agrícola e nas telecomunicações.

O.Meyer--JdB