Journal De Bruxelles - Socorristas não param apesar das novas chuvas no Rio Grande do Sul

Socorristas não param apesar das novas chuvas no Rio Grande do Sul
Socorristas não param apesar das novas chuvas no Rio Grande do Sul / foto: Gustavo Ghisleni - AFP

Socorristas não param apesar das novas chuvas no Rio Grande do Sul

Socorristas e voluntários continuam neste sábado (11) as operações de resgate e assistência apesar da nova onda de chuvas torrenciais no sul do Brasil, onde o número de vítimas das enchentes continua aumentando.

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As inundações causadas pelos volumes históricos de água que caíram desde o final de abril no Rio Grande do Sul afetaram quase dois milhões de pessoas, com um balanço de 136 mortos e 756 feridos, informou a Defesa Civil.

Cerca de 125 pessoas seguem desaparecidas e mais de 410 mil tiveram que deixar suas casas devido à catástrofe, que especialistas da ONU e do governo brasileiro atribuem às mudanças climáticas e ao fenômeno El Niño.

De acordo com a Confederação Nacional de Municípios, a violência das águas danificou ou destruiu mais de 92 mil residências.

As autoridades estão em alerta e intensificam as mensagens à população para não retornar aos locais em risco, depois que as chuvas voltaram com força desde sexta-feira na capital Porto Alegre e outras áreas já afetadas do estado.

As chuvas torrenciais reduziram significativamente o fluxo de embarcações para as áreas atingidas, onde muitos moradores permanecem em suas casas com medo de saques, observou a AFP.

No entanto, os civis que lideram essas operações continuam chegando aos pontos de embarque, onde carregam doações de água, comida e medicamentos para distribuir pela água às casas ainda habitadas.

Nas ruas alagadas do bairro de São João, bombeiros e voluntários equipados com jet skis e botes infláveis continuavam trabalhando sob a forte chuva.

Enquanto isso, por toda a cidade, uma cena se repetia: caminhões de sucção drenavam a água enlameada que invadiu os edifícios.

Apesar das novas chuvas, os habitantes tentam retomar uma certa normalidade. Nas áreas centrais de Porto Alegre, a cada dia que passa mais lojas e restaurantes reabrem.

Mas o fornecimento de água limpa continuava interrompido, então caminhões-pipa cruzavam a cidade constantemente para abastecer abrigos, hotéis e outras instalações.

- Rios baixando -

A situação climática deve permanecer crítica na região, com chuvas intensas e tempestades isoladas que devem continuar até o início da próxima semana, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, que alertou para o risco de "inundações e descargas elétricas".

"Toda essa umidade será muito persistente", disse a meteorologista Cátia Valente, que advertiu sobre a chance de novos deslizamentos no litoral norte e na serra gaúcha.

De acordo com as previsões, as chuvas mais fortes devem ocorrer entre domingo e segunda-feira.

Vários rios, como o Uruguai, o Guaíba e o Jacuí, além da Lagoa dos Patos, ainda estavam transbordando, mas seus caudais estão baixando o nível da água, informou o governo estadual.

O Guaíba, um corpo hídrico que banha Porto Alegre, chegou a 4,58 metros na manhã deste sábado pela primeira vez desde 3 de maio.

Y.Niessen--JdB